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Os animais e o homem

Fazendo uma comparação, existem ainda filósofos que querem que o homem seja um animal e outros que o animal seja um homem. Todos estão errados porque o homem é um ser a parte, as vezes desce muito abaixo ou pode elevar-se muito acima ao animal.






Quanto ao físico, o homem é como os animais, até mesmo as vezes bem mais inferior. O corpo do homem se destrói como o do animal, mas seu espírito tem um destino que só o homem compreende porque ele é livre e possui a inteligência.






É claro que os animais agem por instintos, mas existem em muitos, quase que uma certa vontade determinada. Isto é uma inteligência mas limitada, que serve apenas para suprir suas necessidades materiais e prover então sua conservação.






Esta inteligência, muito diferente da do homem, não faz com que ele desenvolva atributos para ir melhorando seus atos, ou seja, ela praticamente faz parte dos seus instintos. Você nada vê de melhoramento neles, ou seja, a forma com que faziam antes é igual a de hoje etc..






Nada é preciso ensinar porque até mesmo filhotes que possam serem separados dos pais, irão agir ou construir seus ninhos da mesma forma que seus pais e nem foram ensinados a isto. É o instinto.






Até existem aqueles que executam ações inteligentes mas na verdade, sofreram um processo de educação pelo homem que os ensinou. Basta deixar este animal de volta à sua origem que ele retorna ao seu mundo normal.






A questão da linguagem: se pensarmos numa linguagem formada de palavras e sílabas, eles não possuem, mas tem eles o seu próprio meio de comunicação. Eles dizem muito mais coisa do que supomos, mas a linguagem é limitada, bem como suas idéias, à suas necessidades.






Os que não possuem voz, compreendem-se por outros meios. Os homens que são mudos não se comunicam por outros meios? Os animais também se comunicam através de sensações. O caso dos peixes por exemplo. A linguagem não é algo exclusivo do homem mas a dos animais é instintiva e limitada à suas necessidades e suas idéias, enquanto a do homem é perfeita e se presta à sua inteligência. Vai alem só das necessidades.






A questão do livre arbítrio: Muitos acham ainda que os animais são mera máquinas. Não é, mas a sua liberdade de ação é limitada as suas necessidades e nunca poderá ser comparada a do homem. Pelo fato de ser muito inferior ao homem, o animal não possui os mesmos deveres. Esta liberdade se restringe então só aos atos da vida material.






Esta limitada liberdade para agir, vem é claro de um principio independente da matéria. Isto significa que os animais tem sim uma alma mas que é muito inferior a alma do homem. A espiritualidade nos diz que existe tanta diferença entre a alma do animal e do homem quanto a do homem em relação a Deus.






O animal ao morrer conserva a sua individualidade mas não tem a consciência de si mesmo, ou seja, diferente do homem, ele nada percebe porque a sua inteligência continua em estado latente. Continua adormecida. Um animal jamais poderá como o homem, escolher a espécie em que irá encarnar, porque ele não tem o livre arbítrio.






O animal quando morre fica numa espécie de erraticidade mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade e os animais não tem essa mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito. O espírito do animal quando morre, é classificado pelos Espíritos incumbidos disto e utilizados quase que imediatamente. Não dispõe de tempo para se colocar em relação a outras criaturas.






Mesmo num mundo mais evoluído, onde há espíritos mais evoluídos, os animais também o são mas sempre serão inferiores ao homem. Os animais até serão mais evoluídos que os nossos mas sempre inferiores. Isto significa que os animais também como o homem, progridem.






Como este progresso é feito não por sua vontade própria e sim pela força da natureza, o animal não passa por expiação como o homem. Interessante também dizer que os animais não conhecem a Deus. O homem é que é o Deus para eles, assim como antigamente os espíritos foram deuses para o homem.






Mas saibamos que apesar de Deus colocar animais que sempre serão inferiores ao homem, não significa que ele tenha feito discriminação ou que esteja errado nisto, ao contrario. Tudo na natureza se encadeia e existem coisas que não podemos ainda perceber e mesmo as que parecem mais disparatadas, tem um porque e um ponto de necessidade que o homem ainda não pode entender no seu estado atual.






Só quando o homem atingir em inteligência um desenvolvimento muito maior e se libertar do orgulho e da ignorância, é que ele poderá ver com mais clareza a obra de Deus, até lá, iremos sempre ver as coisas de um modo mesquinho e acanhado.






Diante de tudo isso podemos entender que a inteligência então, é um ponto de encontro entre o animal e o homem, mas na verdade, no animal é a inteligência da vida material e no homem, a inteligência moral.






Como o homem muitas vezes age pior que um animal, poderia supor que no homem existiria duas almas, a animal e a espiritual, mas não é assim: o homem é um ser a parte e só tem uma alma. O que acontece é que o homem tem o seu corpo material e este possui os instintos dos órgãos que resultam das sensações. Na verdade é uma dupla natureza: a animal e a espiritual.






O homem pelo seu corpo, participa da natureza dos animais e dos seus instintos e pela sua alma, participa da natureza dos espíritos. Por isto que além de despojar-se das imperfeições do espírito, ele também tem que se desprender da influência da matéria.






As vezes é a necessidade do corpo do homem que o coloca abaixo mesmo dos animais. Na verdade, o corpo tem instintos e necessidades que são ininteligêntes e limitada aos interesses de sua conservação.






Ao encarnar, o espírito transmite ao corpo o principio intelectual e o moral o que o torna superior ao animal, mas o homem tem as duas naturezas, uma provém do instinto da natureza animal e a outra, das impurezas do espírito encarnado que simpatiza em menor ou maior grau com a grosseria dos apetites animais. Pouco a pouco o espírito vai se libertando da influência da matéria.






Tanto o animal bem como o homem, tiram o seu principio inteligente de um único principio único, o universal mas no homem, este principio passa por uma elaboração que o faz crescer e distanciar do principio animal bruto.






Na verdade desde o inicio, o homem quando começa a despertar a inteligência, com certeza está já vivendo só que em existências muito antes destas que conhecemos como humanidade.






É como se ele partisse de um todo para a individualização. Neste momento, depois de germinado, ele inicia a sua vida humana já individualizado e se torna espírito. Passa a ter consciência do seu futuro, conhece a distancia entre o bem e o mal e a responsabilidade dos seus atos. O espírito também tem o seu período de infância. É possível que esta infância se dê aqui mesmo na Terra, mas o normal é que ela seja em mundos inferiores à Terra.






O espírito não se lembra deste primeiro período em que viveu ap;os seu nascimento, porque para ele tudo se iniciou quando ele pode ter inteligência já despertada e conhecimento de si mesmo. O que aconteceu antes ele não vai se recordar. É como nós que não recordamos quando éramos bebês ou quando estávamos no ventre da mãe. Por isto que os espíritos sempre dizem que não sabem como iniciaram.






Mas quanto a isso, ainda é possível dizer que ao sair deste primeiro período e entrar no inicio da sua vida humana, ele pode sim dependendo do progresso realizado, ter reflexos mais ou menos forte do estado primitivo, porque na natureza nada se faz bruscamente. Há sempre anéis que liga uma coisa a outra. Com o livre arbítrio, esses reflexos vão sumindo. No inicio, a vontade e a liberdade ainda está aparecendo aos poucos e por isto é possível estes reflexos.






Encerrando, não erraram os espíritos que disseram que o homem é um ser à parte, mas é que a questão ainda não é totalmente desenvolvida e muitas coisas só vem a seu tempo. O homem é um ser a parte porque tem faculdades que o distinguem dos demais e ele tem o seu destino.








Fonte: O Livro dos Espíritos
Casa Branca – 04/10/02
Estudo: Pedro Ozório

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